domingo, 5 de dezembro de 2010


'Quero justiça', diz pai de menina que 

teria recebido vaselina em vez de soro


Polícia apura se houve troca durante atendimento em São Paulo. 
Adolescente de 12 anos morreu em hospital na madrugada de sábado (4).

Do G1 SP
 O operador de máquinas Rogério Oliveira Teixeira, de 35 anos, falou neste domingo (5) sobre o sofrimento de perder a filha Stephanie dos Santos Teixeira, de 12 anos. Ela morreu na madrugada de sábado (4) após supostamente receber uma solução de vaselina líquida em sua corrente sanguínea, em vez de soro. “Eu só quero justiça. Alguém tem que pagar pelo erro, porque o sofrimento não tem como explicar”, afirmou.
De acordo com o boletim de ocorrência, o pai apresentou à polícia uma ficha de evolução clínica emitida pelo hospital, segundo a qual a menina recebeu a vaselina. A adolescente foi atendida na tarde de sexta-feira (3) no Hospital São Luiz Gonzaga, na Zona Norte de São Paulo, administrado pela Santa Casa de São Paulo, com um quadro de dores abdominais, diarréia e vômito.

A garota foi transferida às 21h30 de sexta para a Santa Casa, no Centro de São Paulo. Segundo a família, ela sofreu sete paradas cardiorrespiratórias. O pai conta que um dos médicos que tentava reanimá-la alertou a família sobre a gravidade do quadro. “Quando eu cheguei, ele disse que estava fazendo o possível para reanimar porque as chances dela eram mínimas. Ele disse: 'eu estou fazendo um milagre para tentar deixá-la viva'”, lembra.A madrasta da jovem, a professora Caroline de Fátima Montagno Pereira, de 31 anos, conta que Stephanie foi medicada e recebeu soro. “Segundo a mãe, ela teve uma melhora, estava bem. A médica disse que esperaria meia hora, daria uma sopa e, se ela não vomitasse, teria alta”, afirma a madrasta. Nesse período, segundo a família, uma enfermeira disse que daria um outro medicamento à adolescente e ela estaria liberada. “Logo depois, ela falou para a mãe que a língua estava dormente e que ia morrer.”
A menina morreu à 0h20 de sábado (4). A ocorrência foi registrada como homicídio culposo e encaminhada ao 73º Distrito Policial, no Jaçanã, para investigação. A Santa Casa informou que vai ser aberta uma sindicância para apurar os fatos e que só se manifestará sobre o caso em uma nota à imprensa prevista para a tarde desta segunda-feira (6).
Jovem saudável
A madrasta de Stephanie conta que ela era uma menina “saudável, brincalhona e super ativa”. “Era uma criança muito esperta, deixou todo mundo chocado porque nós não esperávamos. Ficamos em estado de choque”, completa. “Isso me deixa muito assustada porque eu, como mãe, quantas vezes corri para o hospital com minha filha. Agora tenho medo”, afirma.

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