quinta-feira, 9 de dezembro de 2010


Brasil pode comprar dívida pública 

portuguesa, diz ministro do país

Com isso, Brasil ajudaria a financiar Portugal, que enfrenta desconfiança.
Ministro de Finanças português se encontrou com Guido Mantega.


O ministro das Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, afirmou nesta quinta-feira (9), após audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que a conversa abordou a possibilidade de "entidades governamentais" do Brasil comprarem títulos públicos emitidos pelo governo daquele país, ou seja, financiarem a economia portuguesa.
"O Brasil é estratégico. Nas emissões da dívida pública portuguesa, entidades brasileiras podem estar presentes. Entidades governamentais. Mas não se falou em valor. Falamos também sobre comércio e investimentos. Na relação de financiamento de nossas nações e sobre a possibilidade de haver investimentos na dívida pública portuguesa", afirmou Teixeira dos Santos após encontro com Mantega em Brasília.
Segundo ele, também houve troca de impressões sobre a situação da economia mundial, em particular da Zona do Euro. "Tive a oportunidade de falar com Mantega sobre as empresas brasileiras em Portugal e sobre as empresas portuguesas no Brasil", disse o ministro português.
A visita acontece em um momento no qual as finanças de Portugal estão sob escrutínio dos investidores. Autoridades do país tentam convencer os aplicadores de que não será o próximo da Zona do Euro a pedir resgate, após Grécia e Irlanda.
Informações divulgadas nesta quinta-feira pelo instituto de estatísticas português dão conta de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 0,3% entre julho e setembro. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o PIB cresceu 1,4%.
O investimento privado na economia portuguesa, porém, recuou 8,6% no terceiro trimestre em termos anuais - o dobro do declínio registrado nos três meses anteriores. As exportações cresceram 9,2% em relação ao terceiro trimestre de 2009. O governo do país pretende reduzir seu déficit orçamentário para 4,6% do PIB em 2011, contra a taxa prevista de 7,3% neste ano.
Algumas medidas de austeridade já começaram a fazer a efeito, como a elevação de um ponto percentual no imposto sobre valor agregado, afetando o gasto do consumidor e o investimento. Muitos economistas alertam que a recessão pode retornar ao país em 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário