quarta-feira, 15 de dezembro de 2010


Policiais e militares que participaram de ocupações viram fetiche carioca

Clube do Batom, na Zona Sul, tem shows de stripper com farda do Bope.
'A farda é uma fantasia. É um sonho de consumo', conta dona de casa.


Em tempos de "Tropa de Elite" batendo recorde de bilheteria e das ocupações na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, os homens das polícias e das Forças Armadas viraram, mais do que celebridades, fetiche do imaginário feminino. Não era para menos.
Depois de uma semana sendo campeões de audiência nas principais emissoras de TV do país, já tem stripper fazendo show com algemas e armas (de brinquedo, claro) e mulher pedindo para ser ‘pacificada’ pelas beldades, em referência às UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) espalhadas por comunidades da cidade.

A coisa é tão real que o protagonista do show, a princípio, não queria aceitar a nova missão. Tinha receio de ser pego com apetrechos tão semelhantes aos reais no carro e ter problemas, seja com a polícia ou com bandidos.No Clube do Batom, na Zona Sul, os shows tem até simulação de uma operação policial. “A ideia foi coisa minha. Eles estavam em alta e era o momento certo de botar o Bope na história. No show, ele empunha a arma, simula uma operação, revista as mulheres e as algema no palco”, conta Paula Blower, sócia do clube.
Farda é feitiche entre as cariocas Farda é fetiche entre as cariocas (Foto: Thamine Leta/G1)
Farda e sensação de segurança
Entre as mulheres, a opinião é unânime: a farda e a sensação de segurança fazem desses homens o fetiche do momento. “A farda é uma fantasia. É um sonho de consumo, né? Eu pediria para meu namorado usar uma farda, mas não no carnaval, se não teria muita mulher pulando em cima”, contou a dona de casa Luana de Paula.
A administradora Camila Cardoso acredita que a farda é sinônimo de poder. “Mostra um certo poder, por isso pode ser que esteja na moda. E, como a violência está muito grande, principalmente no Rio de Janeiro, as pessoas vêem neles uma libertação”, disse.
Para o fisioterapeuta Marcio Antunes, as fardas despertam fantasias. "O homem de farda aumenta a libido da mulher, desperta fantasias, é uma questão de poder e proteção, e acho que a mulher gosta disso”, explica.
Moradora do Conjunto de Favelas do Alemão, a estudante Amanda Gomes, de 16 anos, contou que, depois da ocupação, a rotina do local não foi a mesma. "Os homens do Bope e do Exército fazem muito sucesso na comunidade. A mulherada adora. As meninas ficam dando em cima deles, na maior cara de pau. Pedem até telefone", disse.

Mulher leva susto ao achar esquilo 'nadando' dentro da privada

Caso ocorreu em Edmond, no estado de Oklahoma.
Polícia levou cerca de 5 minutos para capturar o animal.


Uma mulher ligou na semana passada para o serviço de emergência da polícia em Edmond, no estado de Oklahoma (EUA), depois que levou um susto ao encontrar um esquilo "nadando" dentro da privada, segundo reportagem da emissora de TV "NBC".
Polícia levou cinco minutos para captutar o esquilo.Polícia levou cinco minutos para capturar o esquilo. (Foto: Reprodução)
O operador do serviço de emergência disse que essa foi uma das ocorrências mais bizarras que já recebeu. O agente Derek Kennedy, que atendeu a ocorrência junto com um colega, levou cerca de cinco minutos para capturar o animal. O esquilo foi solto em parque local.

Enem será reaplicado nesta quarta em 17 estados

Segundo Inep, 9.500 alunos foram convidados para novo exame.
Presidiários também fazem prova nesta quarta-feira (15).


O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será reaplicado nesta quarta-feira (15), das 13h às 17h30, em 218 cidades de 17 estados brasileiros. Foram convidados pelo Instituto Nacional de Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep) 9.500 estudantes prejudicados por problemas de impressão do caderno amarelo. Serão reaplicadas apenas as provas de ciências humanas e ciências da natureza.
Inicialmente, o Inep havia identificado 2.817 estudantes prejudicados por problemas de impressão na prova amarela. Em 10 de dezembro, anunciou que o número foi ampliado para 9.500 estudantes.
Segundo o Inep, os estudantes foram identificados a partir dos dados fornecidos pelo consórcio Cespe/Cesgranrio apurados nas atas dos 116.626 locais de prova. Eles foram avisados por e-mail, SMS e telegrama.
Ninguém é obrigado a fazer a nova prova, de acordo com o instituto. Quem não comparecer terá corrigida a prova anterior. Quem fizer o novo exame automaticamente o substitui pelo anterior.

As provas serão aplicadas nos seguintes estados: Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Ceará, Sergipe, Piauí, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará. Tocantins, Goiás, São Paulo e Amazonas.Paraná e Santa Catarina têm mais de 60% dos alunos convidados para a nova prova, segundo o instituto. Em Santa Catarina, a prova será reaplicada em 42 municípios. A maior ocorrência de problemas aconteceu em Chapecó (SC) e Concórdia (SC). No Paraná, 95% dos casos ocorreram em Curitiba. Outros cinco municípios do Paraná terão aplicação da prova, de acordo com o Inep.
Os estudantes que solicitarem terão à disposição uma declaração de comparecimento para justificar a ausência ao trabalho, segundo o Inep.
Presidiários
Nesta quarta-feira, presidiários ou adolescentes que cumprem medidas socioeducativas privados de liberdade também farão o Enem. O exame continua na quinta-feira (16). No total, segundo o Inep, há 15 mil candidatos inscritos em cerca de 500 unidades prisionais. No ano passado, 10.698 presidiários fizeram o Enem.

Julgamento de casal acusado de matar irmãos deve ocorrer hoje

Júri havia sido marcado para novembro, mas defesa não apareceu.
Crime aconteceu em setembro de 2008, em Ribeirão Pires.


Está marcado para as 9h desta quarta-feira (15), no Fórum de Ribeirão Pires, no ABC, o julgamento do segurança João Alexandre Rodrigues, de 32 anos, acusado de matar e esquartejar com a ajuda da mulher, Eliana Aparecida Antunes Rodrigues, de 36 anos, os dois filhos dele. Os meninos, de 12 e 13 anos, foram assassinados em 5 de setembro de 2008.
O pai e a madrasta são acusados de matar e queimar os corpos dos adolescentes. O júri havia sido marcado para 23 de novembro, mas foi adiado porque o advogado Reynaldo Fransozo Cardoso, que representa Rodrigues não apareceu. O defensor alegou que sua mulher estava doente.
O Ministério Público denunciou o casal por homicídio quadruplamente qualificado, ocultação e destruição de cadáver e fraude processual. Os dois estão detidos em penitenciárias em Tremembé, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo.
De acordo com a promotoria, antes da morte das crianças o casal já havia sido julgado e condenado por torturá-las. Eles, porém, estão recorrendo da sentença. A previsão é de que o julgamento dure até dois dias. No total, 13 testemunhas serão ouvidas.

MorteNa época do crime, o delegado que investigou o caso chegou a gravar entrevista dizendo que os meninos foram pedir ajuda ao Conselho Tutelar dois dias antes do crime, mas os conselheiros decidiram que eles deveriam voltar para casa.
O crime chocou Ribeirão Pires. Os pedaços dos corpos dos meninos foram espalhados nas proximidades da casa em que moravam.
Funcionários de uma empresa de coleta de lixo encontraram parte de um corpo dentro de um dos sacos que estavam no caminhão, por volta de 0h15 do dia seguinte ao do crime.
Com os trabalhos de busca na caçamba do caminhão, outras partes parcialmente carbonizadas, misturadas a outros objetos, foram encontradas. Por volta da 2h do dia 6, a Polícia Civil e a Guarda Civil foram até a casa das possíveis vítimas, mas ninguém atendeu.
Ao perceberem uma das portas abertas e o vulto de uma mulher, os policiais entraram na casa. Questionada pela polícia sobre onde estavam os meninos, a madrasta disse que eles não haviam voltado do colégio. Nos cômodos da casa, os policiais encontraram manchas de sangue e de queimado, além de um forte cheiro de água sanitária.
Segundo a polícia, Eliana disse na delegacia que seu marido havia asfixiado os filhos com sacos plásticos e ateado fogo nos corpos. Ela contou aos policiais que auxiliou o marido a cortar os corpos com uma foice. Ela teria dito também ter colocado as partes em sacos de lixo, que foram distribuídos pelas ruas do bairro.
João Alexandre foi preso no local onde trabalhava. A polícia fez o pedido de prisão preventiva para os dois. Em seguida, foi solicitada perícia para a casa onde viviam.
De acordo com informações do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) divulgadas na época do crime, o histórico do pai e da madrasta dos meninos era de rejeição e abandono. Foram registrados dois boletins de ocorrência, um em 2005, de abandono, e outro em 2007, de desaparecimento e localização das vítimas.

PF realiza operação contra pedofilia na internet em sete estados

Ação contou com apoio de investigações de polícia alemã.
19 mandados de busca e apreensão devem ser cumpridos.




A Polícia Federal realiza, nesta quarta-feira (15), uma operação para combater crimes de pornografia infantil na internet. A Operação Comic Br, como é chamada, deve cumprir 19 mandados de busca e apreensão no Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A operação conta com agentes do Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e de Pornografia Infantil na Internet.
De acordo com a Polícia Federal, a ação ocorre com o apoio da polícia alemã, que identificou arquivos de vídeos com imagens de pedofilia divulgados em janeiro de 2008, e disseminados por meio de uma rede de downloads. Os vídeos teriam sido compartilhados também por diversos usuários brasileiros.
Operação Libras
No início deste mês, pelo menos duas pessoas foram presas durante outra operação da Polícia Federal de combate à pedofilia na internet. As prisões ocorreram nas cidades de Salvador e Londrina (PR). Mandados de busca e apreensão foram cumpridos também no Recife e em Caxias do Sul (RS).
A Operação Libras, como foi chamada, desarticulou um grupo envolvido com a troca de material pornográfico infantil através da internet. A ação, segundo a PF, foi resultado de análises do material apreendido na Operação Turko, em maio de 2009, pela Polícia Federal em Santa Catarina. O homem preso nesta operação mantinha contato com outros usuários da internet, compartilhando imagens de pedofilia.

Noite de insônia, manhã de choro: derrota fere o Inter

Atletas não conseguem dormir após fracasso no Mundial. Rafael Sobis vai às lágrimas depois do treino da manhã


Rafael Sobis chora a eliminação do InterRafael Sobis, sozinho, chora eliminação do Inter em Abu Dhabi (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)
Rafael Sobis deixou a academia e caminhou ao lado da piscina do hotel do Inter. Foi abordado por um torcedor. Em vez de críticas, recebeu incentivo: batidas no peito, frases de apoio. Ele se afastou um pouco para o lado, sentou em uma cadeira e chorou. Chorou os gols perdidos na noite anterior, chorou a eliminação para o Mazembe, chorou a decepção do sonho despedaçado.
Foram lágrimas que resumiram o abatimento que toma conta do elenco vermelho após a eliminação nas semifinais do Mundial de Clubes. A maioria do elenco passou a noite sem pregar o olho. Não conseguiu tirar da memória a dor da eliminação.
- Noite? Que noite? – disse Alecsandro.
A dor bate forte. Tinga, um dos jogadores mais identificados com o clube, teve uma noite para esquecer.
- Acredito que ninguém conseguiu dormir. A gente fica vendo o jogo de novo, pensando no que poderia ter sido feito. No futebol, quando ficamos vendo as coisas depois, é porque não deu certo. Foi horrível. Estou triste demais – disse o meia.
A expressão dos jogadores era de total apatia. Eles caminharam em silêncio pelo hotel, com o rosto fechado, sem sorrisos. Carregavam a derrota na cara.
 

domingo, 12 de dezembro de 2010


Confronto entre grupos armados do México deixa 11 mortos

Tumulto em Tecalitlán durou cerca de 45 minutos. 
Tiroteio deixou ainda 22 feridos.


Tiros de confronto no México deixaram marcas em vidraça Tiros de confronto no México deixaram marcas
em vidraça (Foto: AFP)
Confrontos entre dois grupos armados na praça central de Tecalitlán, uma cidade do estado mexicano de Jalisco (oeste), deixou 11 mortos e 22 feridos, informou no sábado a Procuradoria estatal. "O ministério público confirma a morte de 11 pessoas", todos homens, e 22 feridos, informou em um comunicado a Procuradoria-Geral de Justiça de Jalisco.
Tecalitlán localiza-se nos limites com Michoacán, distrito no qual são registrados desde quarta-feira fortes confrontos, em um dos quais teria sido morto Nazario Moreno, conhecido como 'El Chayo', um dos líderes do cartel de "La Familia".
Um grupo de homens armados chegou na sexta-feira (10) à noite em várias caminhonetes ao centro da cidade e agrediu outro grupo quando ocorria uma celebração da virgem de Guadalupe, acrescentou o comunicado.
No tumulto, que durou cerca de 45 minutos em Tecalitlán, cidade com cerca de 16.000 habitantes, foram ouvidos tiros de armas de alto calibre e uma granada de fragmentação foi lançada contra algumas lojas, indicou a Procuradoria.
As autoridades apreenderam cerca de oito caminhões com buracos de bala abandonados nos arredores da cidade. Os promotores investigam se a descoberta de outro carro queimado, com os corpos de duas pessoas no interior, tem relação com o confronto.
Em outubro passado, homens armados emboscaram, também em Jalisco, um comboio de veículos da polícia, em uma ação que deixou nove soldados mortos.
Jalisco é um dos estados em que opera o cartel "La Familia", que enfrentou na última semana agentes e militares mexicanos em confrontos que deixaram outros 11 mortos.

Ataques por racismo lideram casos em 

delegacia especializada de SP

Decradi investiga ainda casos de agressão a gays. 
Negro que levou pauladas em maio ainda tem coágulo na cabeça.


Agressão a negro 2Luiz foi agredido em maio e ainda faz tratamento.
(Foto: Carolina Iskandarian/ G1)
No gabinete da delegada Margarette Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância de São Paulo (Decradi), não param de chegar casos motivados pelo o que ela chama de “intolerância”. São agressões a homossexuais, negros, judeus, envolvendo torcedores rivais ou gangues.
A história do promotor de crédito bancário Luiz Fernando Pereira Guedes, atacado a pauladas na Avenida Paulista em maio deste ano, poderia estar lá se ele tivesse feito a denúncia. Por ser negro, o rapaz, de 30 anos, acha que foi vítima de racismo. Esse tipo de crime lidera a estatística na delegacia, diz Margarette.
“Os casos são subnotificados porque, geralmente, a vítima não quer exposição. Existem cifras negras. Às vezes, a família não conhece a orientação sexual da pessoa”, diz a delegada, referindo-se aos gays que levam surras na rua. Foram pelo menos seis ataques nos últimos meses, com oito vítimas. Todos nos arredores da Avenida Paulista. “Geralmente, são crimes de gangue, praticados por rapazes de 16 a 25 anos. Nesses crimes de ódio, as pessoas gostam de bater para causar sofrimento”, explicou.
Margarette disse não ter números, mas percentuais de casos que foram parar na Decradi entre janeiro e novembro de 2010. Inquéritos por intolerância racial/ étnica, onde caberia o caso de Guedes, estão no topo da lista, correspondendo a 29,91% dos registros. Em seguida, vêm os inquéritos abertos por outros motivos (21,34%), como perda de documentos (situações que acabam indo parar na delegacia e não deveriam), e em terceiro os abertos por intolerância à orientação sexual (19.65%). Nestes, se encaixam os episódios de agressão a homossexuais.
Dor de cabeça até hoje
Quem foi vítima de um ataque surpresa dessa natureza, muitas vezes não consegue apagar as marcas da violência. Na tarde desta quinta-feira (9), Guedes voltou a procurar atendimento médico por causa das fortes dores de cabeça que sente em função das duas pauladas levadas em maio. O tratamento dele não terminou. “O coágulo ainda não se desfez”, disse o promotor de crédito, após ver o resultado da tomografia no crânio.

A vítima, que talvez precise de uma cirurgia estética para disfarçar a cicatriz na testa provocada pela agressão informou que procurou uma delegacia perto de sua casa, na Zona Leste, assim que saiu do hospital. “Como nada foi roubado, o delegado disse que não faria boletim de ocorrência porque entraria para as estatísticas.” Diante da negativa do policial, ele desistiu de procurar a Decradi, localizada no Centro da capital.Guedes contou que voltava do teatro com amigos, quando se separou deles para pegar o metrô na Estação Trianon-Masp. “A forma (do ataque) foi brutal. Não vi nada”, lembrou o rapaz, que ficou 12 dias internado devido ao traumatismo craniano. Guedes disse nem saber se foi golpeado por uma ou mais pessoas. “Só ouvi uma voz lá longe dizendo: ‘negro tem que morrer’. Tenho certeza que foi por racismo.”
Perdeu o rim
"Ouvi uma voz lá longe dizendo que negro tem que morrer"
Promotor bancário atacado a pauladas
A travesti Renata Peron, de 33 anos, vive hoje só com um rim. O outro ela perdeu após ter tomado uma “voadora”, um chute bem forte, durante um ataque na Praça da República, no Centro. A agressão foi em 2007 e Renata contou que precisou mudar os hábitos alimentares. “Os médicos aconselharam não comer certas comidas que demorem a fazer a digestão, como carne vermelha”, disse Renata.
De acordo com a travesti, nove rapazes, que seriam skinheads, partiram para cima dela e de um amigo. “Só um me bateu. Ele tinha uma placa de metal na ponta da bota”, lembra Renata, que disse não ter ódio dos criminosos. “Ninguém foi preso e fica um sentimento de pena. Nem bicho faz essas coisas. Passei seis meses fazendo terapia para entender por que fui agredida.”
Banco de dados
Na Decradi, existe um banco de dados com fotos de rosto e de tatuagens de suspeitos de cometer esses ataques. O objetivo é ajudar as vítimas e a polícia a prender os culpados, o que a delegada Margarette Barreto considera uma tarefa difícil. “O crime de ódio sempre ultrapassa os limites da vítima. Deixa a comunidade a que ela pertence amedrontada.”
Para evitar que a região abrangendo as ruas Frei Caneca, Consolação, Augusta e a Avenida Paulista seja novamente alvo de ataques por intolerância, a delegada informou ser preciso “repensar quais atividades tomar ali”, mas ressaltou que existe um policiamento ostensivo da Polícia Militar na área. “É um local que a gente procura sempre fazer um monitoramento”, disse Margarette. As vias concentram bares e restaurantes para o público gay.
Ainda tramita na Câmara Federal um projeto para tornar crime a homofobia no país [Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006]. Segundo a delegada, um agressor pode responder a processos por lesão corporal leve até gravíssima, tentativa de homicídio e homicídio. “Deveria ter uma qualificadora pelo crime de ódio, que agravasse a pena”, sustentou Margarette.
Cuidado ao andar
Para o presidente da Associação Casarão Brasil, que defende políticas em favor dos homossexuais, é preciso, a partir de agora, redobrar a atenção. “A orientação que a gente está passando é para a pessoa não bobear, não andar sozinha. Se tem necessidade de andar abraçado, de beijar, que faça com mais atenção”, informou Douglas Drumond.
À frente da presidência da Associação Paulista Viva, o empresário Antonio Carlos Franchini Ribeiro repudiou os atos de violência na região. “A Avenida Paulista é um eixo cultural, social, representa a cidade em todos os seus aspectos.” De acordo com ele, a partir de janeiro do ano que vem, a iluminação dos postes será rebaixada na avenida, levando mais luz às calçadas. “Isso vai melhorar as condições de segurança.”